Como foi explicado na postagem anterior, a asma é um processo inflamatório que provoca alterações nos componentes da via respiratória. A corticoterapia é utilizada devido a sua efetividade no controle de sintomas, além de diminuir o efeito da inflamação, o que ocorre devido a capacidade destes compostos de estimular a síntese de proteínas importantes e de inibir de genes responsáveis por codificar receptores que favoreciam o processo inflamatório. Para isso, o corticosteroide, já dentro do corpo, deve ligar-se a um domínio específico da RG, um receptor glicocorticoide presente no citoplasma das células, o qual sofrerá mudança conformacional e realizará uma translocação para o núcleo. Lá, liga-se a determinadas sequências do DNA para realizar a transativação, o que favorece a transcrição de genes que auxiliam no efeito anti-inflamatório. Vale comentar que a resistência a tal processo existe e ocorre por causa de uma diminuição da afinidade da RG com células inflamatórias, o que dificulta as ações do medicamento. Os corticosteroides também induzem a deacetilação da histona, ou seja, mantém o DNA enrolado para diminuir a transcrição de genes pró-inflamatórios. Tal procedimento é lento e, por isso, recomenda-se o uso a longo prazo, tornando o tratamento dependente do tempo e da dose.
Os corticosteroides utilizados no tratamento são sintéticos, tendo como modelo os glicocorticosteroides e sua ação no corpo como um potente supressor imunológico endógeno. No entanto, quando é produzido no córtex da adrenal e liberado na corrente sanguínea, o cortisol, por exemplo, pode gerar possíveis problemas, como o aumento da glicemia devido a estimulação da gliconeogênese nas células do fígado e alterações no tecido ósseo. Além disso, a suspensão do medicamento promove a volta dos incômodos causados pela condição. Há estudos que indicam que é possível prevenir o desenvolvimento da asma com o tratamento precoce, mas como vimos na postagem "Uso de corticoides para tratamento da sibilância", identificar os menores asmáticos é um processo muito complicado e o uso a longo prazo, principalmente em altas doses, pode prejudicar o crescimento da criança. De tal forma, recomenda-se reduzir gradualmente as doses ao longo do tratamento para, assim, diminuir os riscos.
Os corticosteroides utilizados no tratamento são sintéticos, tendo como modelo os glicocorticosteroides e sua ação no corpo como um potente supressor imunológico endógeno. No entanto, quando é produzido no córtex da adrenal e liberado na corrente sanguínea, o cortisol, por exemplo, pode gerar possíveis problemas, como o aumento da glicemia devido a estimulação da gliconeogênese nas células do fígado e alterações no tecido ósseo. Além disso, a suspensão do medicamento promove a volta dos incômodos causados pela condição. Há estudos que indicam que é possível prevenir o desenvolvimento da asma com o tratamento precoce, mas como vimos na postagem "Uso de corticoides para tratamento da sibilância", identificar os menores asmáticos é um processo muito complicado e o uso a longo prazo, principalmente em altas doses, pode prejudicar o crescimento da criança. De tal forma, recomenda-se reduzir gradualmente as doses ao longo do tratamento para, assim, diminuir os riscos.
Por fim, conclui-se que o corticosteroide sintético, apesar da eficiência em diminuir os sintomas e a intensidade da doença, pode provocar os efeitos metabólicos citados, e, mesmo assim, é o tratamento mais utilizado e recomendado. Agora, é necessário o desenvolvimento de fármacos com a mesmas propriedades que os corticosteroides, porém, com menos consequências desfavoráveis, além da criação de um meio prático para um controle efetivo e melhor análise da doença.
Referências:
http://scielo.iec.pa.gov.br/pdf/rbps/v15n1/v15n1a07.pdf
http://scielo.iec.pa.gov.br/pdf/rbps/v15n1/v15n1a07.pdf
http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=4051
https://en.wikipedia.org/wiki/Asthma